'The Shape of Water', Drama/Fantasia, direcção por Guillermo del Toro.

É uma história de amor entre Elisa (Sally Hawkins), empregada de limpeza num laboratório do governo dos EUA, muda, por causa de ferimentos que destruíram as suas cordas vocais quando bebé. Cuidadora e solitária, encontra compreensão numa criatura (Doug Jones), trazida pelo imbecil agente Strickland (Michael Shannon). Durante os seus turnos, Elisa consegue escapulir-se, descobrir e partilhar banalidades como música, dança e ovos cozidos, com o monstro, criando-se laços entre ambos.
É o verdadeiro conto de fadas intemporal, numa vertente algo adulta, embora fantasiosa. A bela não é casta, não é linda e perfeita de morrer, a fera não é conotada como má ou a necessitar de cura e o vilão não se limita a ser terrível e a destruir o amor, mas é toda uma consequência de uma mente problemática, obcessiva e obscura.
Diálogos leves complementam personalidades bastante completas. Giles (Richard Jenkins), o vizinho ilustrador que ama filmes antigos, gatos e tortas de limão só pela conversa com o empregado. Zelda (Octavia Spencer), a tagarela e protectora colega de trabalho, o Dr Goffstettler (Michael Stuhlbarg), um homem da ciência, preso num mundo de politiquices. Personagens muito bem construídos, quer pelo roteiro, quer pelas actuações, dá-nos margem para o pensamento e aprendizagem a retirar de um qualquer conto de fadas: os verdadeiros monstros caminhos entre nós, entre homens.
A banda sonora é fenomenal! Cheia de ícones intemporais como Carmen Miranda, Andy Williams, Serge Gainsbourg, entre outros, que encaixam de forma fenomenal. Não descurando o brilhante trabalho de Alexandre Desplat.

'Life is but the shipwreck of our plans.'


Som:           https://www.youtube.com/watch?v=KHJLm6WNEv4


M'.

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