'The Broken Circle Breakdown - Alabama Monroe', Drama/Romance belga, direcção por Felix Van Groeningen, de 2012.
Fica difícil fazer uma crítica sóbria e certeira deste filme. Primeiro porque é descrito na perfeição, detalhando com exactidão temas bastante sensíveis, como a dor desmedida da perda, de morte em circunstâncias não naturais e dramáticas, mas também, porque une a música à história. 
Conta uma história de amor à primeira vista, apesar das diferenças óbvias, entre Elise Vandevelde (Veerle Baetens), proprietária de uma loja de tatuagens e Didier Bontinck (Johan Heldenbergh), músico. A felicidade é completa com o nascimento de Maybelle. 
É um melodrama claro e sem hesitações, um filme denso e difícil de assimilar, puxando o lado mais íntimo das nossas emoções. 
A noticia de que Maybelle tem leucemia marca ambos de uma forma quase irreversível. Já imaginaram a dor da perda de um filho? Mais, já imaginaram a dor imensa que é a perda, nestas circunstâncias?
A trama é mostrada e intercalada com flashbacks, entre presente e passado, momentos de felicidade e de tristeza, envolto pela fabulosa trilha sonora de Bjorn Eriksson. 
'The Broken Circle Breakdown', envolve-nos no romance dos protagonistas, na tragédia pessoal e faz-nos cúmplices, sentindo a angústia pela perda da filha, a espiral decrescente de ambos, a dor e destruição que assola as suas almas, a crença em tudo o que não apaga uma dor infinita, e no final ainda nos dá um murro no estômago. 




Som:      https://www.youtube.com/watch?v=dmQAG6hcvWg


Na Quinta-feira a mãe de um amigo meu, perdeu a luta de quase dois anos contra o Cancro. Essa temível e terrível palavra C'. Já se previa, já era mais que muito notório, mas não desvanece a dor da perda. A dor inevitável que sentes, quando te colocas no lugar do outro. 
Já senti a dor da perda de familiares, mas não suficientemente próximos para sentir o vazio, a falta, a ausência, a dor com toda a sua pujança. O primeiro funeral que assisti, que me abalou significativamente, foi há uns anos, talvez 5 ou 6, da perda da mãe de uma amiga minha, e digo-vos, é inevitável não fazer um balanço à nossa vida, aos que são nossos e o quase acordar para uma realidade que ninguém está preparado, não são eternos! Os nossos pais, irmãos, avós, nós mesmo, não somos eternos, e dói só de imaginar (hipoteticamente falando) a perda dos mesmos.
Não consegui ir ao velório, nem ao funeral. Não por desrespeito. Não que não seja amiga suficiente para estar junto, nos momentos de maior dificuldade. Não que não sinta um carinho imenso pela dona Fátima, que sempre recordarei como a senhora da loja de fotografia, que nos revelava os rolos de fotografias da nossa Kodak antiguinha. Mas sim porque me é extremamente difícil e doloroso (calculo que não mais do que quem a vivencia na pele, a essa dor inexplicável).
Não seja um Adeus, será sempre, um Até Já ... 

M'. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue