'Raw' ou 'Grave', Drama/Terror, direcção por Julia Ducournau.
O filme aborda uma temática polémica de forma directa: o canibalismo. (Ao que se consta, houve inúmeras pessoas a sentirem-se mal no Festival de Toronto). 
O que faz da longa-metragem de Julia Ducournau tão incómoda, deve-se à forma explícita como é mostrada a temática, mas também a maneira como a trama se desenvolve, perturbadora, claustrofóbica, algo grotesca e nojenta. 
Justine (brilhantemente representada por Garance Marillier), tímida, vegetariana, caloira na mesma universidade de veterinária que a irmã Alexia (Ella Rumpf) frequenta ... (Só pelo nome ganhou ... Umpf! Lol!). 
Na mesma semana, numa praxe académica, os veteranos obrigam Justine a comer um pedaço cru de fígado de coelho, o que acaba por lhe causar uma alergia na pele. E a trama começa aí ...
'Rawtraz-nos um duplo sentido do título. Refere-se como o próprio nome indica, à carne crua, que a protagonista consome; Segundo, porque o canibalismo é retratado sem romantismos, primitivo, directo, animalesco, aterrador. Ducournau, além de dar vida a todos os personagens, mesmo aqueles que aparentemente são secundários - acabamos por perceber que não existem papéis secundários, uma vez que todos e no seu tempo, entrarão na história (desde à irmã, ao colega de quarto ou até os pais) -   prepara-nos, também, construindo uma gradual metamorfose da personagem principal, Justine, com o seu retrato inocente de uma sombria tentação, que nos envolve, criando angustia sempre que surge a vontade de carne e empatia quando mostra o seu lado emocional.
Tudo isto acompanhado por um trabalho musical espectacular (que causa arrepios na espinha) de Jim Williams. 
Um filme cru e aterrador que nos traz um olhar inédito sobre o canibalismo (para espectadores de estômago rijo, que não sejam sensíveis ao enjoo ou desmaio, causado por imagens fortes)


'What are you hungry for?'


Som:    https://www.youtube.com/watch?v=GEP5LbhS4MA


Hoje perdi a cabeça e fui ao Porto, fiz a marginal da Foz todaaaaaaaaa, sim, toda, toda, toda, todinha! Perdi a cabeça. E quase os pés! Sim, porque como se não bastasse, andei ás voltas (sim, voltas, literalmente!) em Matosinhos. Não perdi os pés, mas quase pedia que a Justine mos trincasse para ter mesmo a certeza que ainda estão no sitio certo (brincadeirinha!). 
Bem, e foi assim passada a minha Quarta-feira. Foi agradável, tirando a dor de pés e o (já milésimo) bronze à (quase) trolha, foi extremamente agradável. 
Provavelmente daqui a uns dias volto lá! 



M'.

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